31/03 - 21h00
Teatro Castro Mendes
Teatro Castro Mendes
Praça Correia de Lemos - Vila Industrial, Campinas - São Paulo, República Federativa do Brasil
Ingressos: Bilheteria Rápida A partir de R$50
Ingressos: Bilheteria Rápida A partir de R$50
Classificação 16 anos
Segundo uma
teoria de Andy Warhol, o pai da arte pop, desde que o cinema foi inventado, as
pessoas tendem a replicar na vida real as situações e comportamentos que veem
na tela. Mas há também os casos em que a vida, por conta própria, decide ser um
filme. Ou um sonho. Foi mais ou menos assim que aconteceu com Ana Caetano, 21
anos, e Vitória Falcão, 20, duas amigas de escola de Araguaína, no Tocantins.
Elas passavam os dias juntas, tocando violão, cantando e publicando vídeos das
performances no YouTube. Os duetos de Ana e Vitória apresentavam principalmente
a produção autoral de Ana, mas também faziam versões novas para músicas dos
artistas que as duas mais gostavam. E foi nesse espírito que regravaram “Um Dia
após o Outro”, canção do brasiliense Tiago Iorc lançada por ele no álbum
“Zeski” (2013). Postaram o vídeo e logo tiveram a ideia: e se mostrassem a
versão ao Tiago? Conseguiram um caminho via Felipe Simas, empresário do cantor.
E enviaram. A vontade era agradar o ídolo, só isso. E qualquer elogio já seria
um prêmio. No dia seguinte, veio a resposta: tanto Tiago quanto Simas não
apenas tinham pirado com a versão como queriam produzir um disco das
meninas. O filme delas estava começando.
Com
produção de Tiago Iorc, portanto, o álbum “Anavitória”
(Universal Music), que chega agora às lojas, é mais uma sequência dessa trama.
A mais importante de todas elas. Pois imprime com clareza o alto potencial de
comunicação de Ana e Vitória juntas – e a ideia de agravar os dois nomes em um,
Anavitória, surgiu em uma conversa entre artistas e produtores.
O disco
aponta com toda a precisão o espaço muito particular que as duas artistas podem
ocupar no cenário musical brasileiro daqui em diante. Dada a biografia e faixa
etária das integrantes, Anavitória transita com naturalidade inacreditável
entre o urbano e o rural, entre o pop e o sertanejo, entre a cidade e a
natureza. Elas não são cantoras de folk, simplesmente. Tampouco seus talentos
se prestam apenas à música pop. As meninas ouviram as duas coisas no rádio, e
muito mais do que isso, sem qualquer distinção e com igual prazer, durante toda
a vida. Por isso, acabaram criando um som capaz de explodir essas fronteiras.
Propõem algo conciliador e mais interessante, que chamam de “pop rural”. E
podem contribuir com novos caminhos estéticos – e trazer mais doçura – para o mainstream
brasileiro.
Ana Caetano
assina as dez faixas inéditas de “Anavitória”, três delas escritas em parceira
com Tiago Iorc. Única regravação do álbum, o clássico “Tocando em
Frente”, de Almir Sater e Renato Teixeira, clareia o foco de referências
e vem trazer ainda mais consistência conceitual à proposta da dupla. As 11
faixas foram gravadas no estúdio Fibra, no Rio, entre fevereiro e março. Além
das parcerias e da produção, Tiago toca violão, viola, piano e percussão em
várias faixas. E participa, cantando, de “Trevo (Tu)”. O time de músicos
tem João Viana (bateria), Gastão Villeroy (baixo), Marco Lobo (percussão) e
Jeff Pinas (viola), além dos arranjos de cordas de Rafael Lagoni Smith.
Pensando
bem, não chega a ser correto chamar de “inéditas” todas as faixas escritas por
Ana Caetano para o novo álbum. Algumas delas já estavam por aí, em vídeos
postados pela própria Anavitória. São os casos de “Singular” e “Chamego Meu”,
que também já haviam sido apresentadas
no EP “Anavitória”, lançado em abril do ano passado e também
produzido por Tiago Iorc (com Jeff Pinas) para o selo Forasteiro, que o cantor
tem em sociedade com Simas. Além das duas faixas, esse EP trazia versões da
dupla para as canções “Cores”, de Lorena Chaves, e “Tenteentender”, da banda
Pouca Vogal, formada por Humberto Gessinger e Duca Leindecker. A ideia era
mesmo testar o potencial das meninas, entender como seriam recebidas, traçar o
caminho com calma. Tanto assim que, quando fizeram a proposta, os produtores
não quiseram criar expectativas muito altas, mais ainda por se tratar de duas
meninas cursando faculdade. “A gente vai gravar essas músicas no Rio. Vocês
vêm, gravam e voltam para as vidas normais de vocês. E a gente vai vendo o que
acontece”, eles disseram
Mas
aconteceu tudo. Os vídeos feitos para as canções explodiram. Lançado na página
“Brasileiríssimos” do Facebook, “Singular” deu início ao processo todo e já
estourou os cinco milhões de visualizações e os quase 67 mil compartilhamentos.
Mais números? Até o momento em que esse texto que você lê foi escrito, os
vídeos postados por Anavitória no YouTube já somavam mais de oito milhões de
visitas. E a página da dupla no Facebook tinha ultrapassado os 270 mil
seguidores (dos quais 11 mil apareceram logo nas primeiras 24 horas). Mas, pode
conferir agora, esses números já cresceram. O EP do ano passado também foi bem:
chegou a constar entre os 20 álbuns mais vendido do Brasil no iTunes e a
atingir o segundo lugar entre as mais virais do Spotify. Toda essa repercussão
abriu uma base sólida de fãs. Fiéis às meninas, eles compareceram em massa
quando elas decidiram inscrever o projeto do disco novo no site de
financiamento coletivo Catarse. Não só conseguiram toda a grana que precisavam
para a gravação quanto ultrapassaram a meta em quase 30%.
Na vida de
Ana Caetano e Vitória Falcão, que se conheceram e se conectaram pela via da
música há não muito mais de três anos, várias revoluções aconteceram. Vitória
se mudou para São Paulo no ano passado e estuda teatro. Tempos depois, Ana
trancou a faculdade de Medicina em Araguari, em Minas Gerais, e seguiu para
perto da parceira, para se dedicarem integralmente à carreira. Elas lançam esse
álbum novo com uma turnê nacional já armada, que vai correr as cinco regiões do
país. A estreia acontece em Salvador, Bahia, no dia 2 de setembro. Tudo rolou,
e rápido como num sonho.
É que a vida delas decidiu ser um filme.
Ficha Técnica:
Duração: 60
minutos
Classificação Etária: Livre
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